Oi, gente!
Tudo bom?
Há muito tempo venho
pensando em gravar vídeos para falar sobre escrita, sobre meus livros, projetos
futuros, dúvidas sobre escrita, sobre os livros que ando lendo, enfim! Sobre
todo esse universo das palavras que estou tão costumada, e o qual eu gosto tanto.
Adoro falar sobre escrita, e, embora eu quisesse realmente FALAR, me vi sempre
com um pé atrás quanto aos vídeos. É complicado, porque gravar vídeos requer
uma organização gigantesca por trás das câmeras, a qual eu não queria me dar o
trabalho de fazer. Desculpa, é só que não é muito pra mim. HAHAHA então, ainda
com a ideia de falar sobre todo esse mundo de livros e imaginação, decidi
colocar as palavras do jeito que melhor faço: no papel. Ou melhor, no blog!
Haha
Sendo assim… aqui está um
pouquinho da introdução do novo quadro do blog “Vida de Escrita”, e o primeiro
tópico, assim, na lata!
Para quem escrevo?
Ué?
Não é simples?
“Escrevo para os leitores”, essa não seria a resposta correta?
Talvez! Mas, nem sempre.
Quando comecei a escrever
meu primeiro livro, Paris no Dia dos Namorados, eu escrevi para mim. Não tinha
conta no wattpad quando comecei a escrever, muito menos a Amazon tinha iniciado
aqui no Brasil o sistema de lançamentos de autores independentes por meio do
Kindle, e eu não usava muito as comunidades de fanfics que existem por aí – até
hoje, aliás – então, eu estava sem saída: escrevia para mim. Tudo naquele livro
– Paris no dia dos namorados – é de mim para mim. Não tinha alguém para ler,
alguém que não fosse um amigo meu, e não tinha como eu saber o que as pessoas
achariam do que eu estava escrevendo. Então, coloquei nas páginas tudo o que eu
sentia, o que eu queria ler, o que eu gostaria de ler. Tudo o que eu achei
certo escrever.
Sem saber, de olhos
fechados, eu estava fazendo a coisa certa.
Antes de agradar qualquer
pessoa com sua escrita, a pessoa que deve estar satisfeita, antes de todos os
outros, é você.
Isso significa que Paris
no Dia dos Namorados foi o único livro que coloquei 100% de mim na escrita? O único que eu escrevi para mim, sendo os outros todos manipulados para agradar a quem lê?
Não.
Claro que não.
Seguindo em frente,
comecei a escrever As Listas de Ellen, o que considero meu segundo livro
(escrevi Um Casamento Adorável entre Paris e Ellen, mas o considero um
experimento; mais sobre isso em outros posts…), e, já tendo uma ideia do que
era e como funcionava o Wattpad, pensei: “por que não escrever e postar lá?
Saber o que as pessoas irão pensar, escrever para elas”.
Comecei a escrever o
livro.
Com menos de um mês de
escrita, comecei a divulgar que, em alguns dias, eu começaria as postagens no
wattpad. As pessoas gostaram da sinopse, esperaram o “lançamento” do livro na
plataforma, e, no prazo prometido, soltei o primeiro capítulo. À essa altura,
eu já tinha uma quantidade boa de capítulos escritos, então os comentários não
influenciariam no que eu estava escrevendo, pois a opinião dos leitores seria
apenas para o primeiro capítulo, e ele já tinha sequência. Portanto, eu saberia
da opinião dos leitores, mas não poderia mudar nada. Já estava escrito.
Porém, eu poderia mudar
algo mais para a frente, no decorrer da história, por causa de um comentário no
primeiro capítulo.
Perceberam a diferença?
Na escrita de Paris no
Dia dos Namorados, eu tinha apenas a minha mente funcionando e traçando
caminhos. Em As Listas de Ellen, eu tinha a mente de centenas de leitores
trabalhando comigo (não 100%, é claro).
O que isso significa?
Eu parei de escrever meus
livros ao meu gosto só porque tinha a opinião de terceiros, fazendo assim meu livro
ser para os leitores, e não para mim?
Não! É lógico que não. Mas
isso significa outra coisa:
Os leitores são
importantes para a história. Para qualquer história. E embora eles não tenham o
poder de mudar o rumo do livro, eles podem alertar o escritor do que está e do
que não está funcionando. São leitores betas dispostos a soltar a opinião a
qualquer momento, centenas deles; milhares. Eu ainda tenho o poder de pensar,
apagar uma palavra, adicionar outra, levar em consideração opiniões diferentes,
mas sempre escrevendo para mim. Agradando principalmente a mim, porque, primeiramente,
eu sou minha mais severa crítica. Todo escritor é seu primeiro crítico, seu
mais cruel julgador.
Sendo assim, hoje, depois
de três anos do lançamento do meu primeiro livro, aquele em que não tive
ninguém para ler enquanto escrevia, eu não quero, nem consigo, escrever algo e guarda-lo
somente para mim.
Eu escrevo para mim,
primeiramente. Depois para os leitores. Minha opinião não mudou, eu ainda sei
que, se algo não parece certo, mesmo tendo agradado alguns leitores, porém não
dá aquele “clique” necessário para que eu continue, não é o caminho que devo
tomar.
Sou escritora, estou aqui
para mostrar ao mundo minha visão sobre ele.
Gosto da opinião dos leitores, mas, enquanto estou sozinha
com meus pensamentos, escrevendo e colocando para fora o que há dentro de mim,
preciso olhar aquelas páginas e ver ali refletido o que tenho de mais bonito em
mim. Porque escrever nada mais é do
que se colocar pelo avesso, se mostrar de dentro para fora.
E, se eu não gostar do que tenho por dentro, quem irá gostar
do que coloco para fora?