Oi, gente!
Eu não sou uma leitora que navega muito pelo campo das distopias. Nem
sequer sei diferenciar a maioria delas, com exceção das mais famosas, como
Jogos Vorazes, mas, me diga outra e eu sequer sei qual a trama. Enfim! Não
é mesmo minha praia, e já entendi isso. Agora não me esforço mais para ler
o que todo mundo está lendo, só vou mesmo para o que me interessa. E, no
meio de todo esse universo de distopias adolescentes, me deparo com O
Ceifador, um livro tecnicamente fora de tudo o que eu gosto. Mas que eu
sempre tive um interesse escondido. Estava ali, eu só não queria dar asas.
E então eu cedi à vontade e, voilá! Aqui estamos. Encontrei uma distopia
que amo? Não. Mas só porque não encarei O Ceifador como distopia. Enfim,
vamos à resenha.
Título Original: Scythe || Autor: Neil Shusterman || Ano: 2017 || Editora: Seguinte || Sinopse: Primeiro mandamento: matarás.
A humanidade venceu todas as barreiras: fome, doenças, guerras, miséria... Até mesmo a morte. Agora os ceifadores são os únicos que podem pôr fim a uma vida, impedindo que o crescimento populacional vá além do limite e a Terra deixe de comportar a população por toda a eternidade.
Citra e Rowan são adolescentes escolhidos como aprendizes de ceifador - papel que nenhum dos dois quer desempenhar. Para receberem o anel e o manto da Ceifa, os adolescentes precisam dominar a arte da coleta, ou seja, precisam aprender a matar. Porém, se falharem em sua missão ou se a cumplicidade no treinamento se tornar algo mais, podem colocar a própria vida em risco.
Dizer que o livro é empolgante é até
eufemismo. Com uma narrativa que não deixa a peteca cair, e sempre nos
brinda com um acontecimento bombástico, mesmo antes dos 50% do livro, eu
estava de boca aberta. Talvez por não ler sinopses, mas… depois de ler a
sinopse, ao finalizar o livro, vi que os acontecimentos que me chocaram
não está lá — e eu amo isso. Se você é curioso e já foi ler a sinopse do
início ao fim, bom saber que nada foi drasticamente estragado lá (tem
livros que fazem isso, e é esse o motivo de eu não ler mais sinopses).
Realmente acredito que os mortais se esforçavam mais na busca de seus objetivos, porque sabiam que o tempo era fundamental. Mas nós? Podemos adiar as coisas muito mais fácil do que os condenados a morrer, porque a morte agora se tornou a exceção, e não a regra.
O Ceifador é um livro voltado para o público jovem, por isso os personagens adolescentes são tão característicos do que esperamos encontrar em um livro do gênero. Eu sabia disso e já fui esperando me irritar um pouco com a Citra ou o Rowan, mas, ao contrário do que eu imaginava, os personagens se mostraram sensatos e fortes para suas idades. Talvez porque encaram o mundo de forma diferente do que os adolescentes “do nosso tempo”, já que têm toda uma filosofia diferente lhes cercando.
O que desejo para a humanidade não é a paz, o consolo ou a alegria. É que ainda morramos um pouco por dentro toda vez que testemunhemos a morte de outra pessoa. Pois só a dor da empatia nos manterá humanos. Nenhum Deus vai poder nos ajudar se algum dia perdermos isso.
Uma das coisas que mais gostei em O Ceifador foi tanto o fato de o livro nos explicar direitinho o mundo e suas novas regras, como também o fato de não se prolongar nessa lengalenga de explicações desnecessárias. Senti que o Neal não duvidou de mim como leitora hora alguma, e confiou que eu estava entendendo tudo. E eu estava, então foi ótimo não ter informações em excesso. Num livro de 448 páginas, primeiro de uma série, é até esperado que a construção de mundo seja gigantesca, mas não; é na medida. Parte disso foi construído também nos diários dos ceifadores, que estão ao fim de cada capítulo, e nos dá um vislumbre de tudo o que envolve A Ceifa.
A esperança diante do medo é a motivação mais forte do mundo.
Como já falei no início, o livro é voltado para o público adolescente, e os personagens centrais estão dentro dessa faixa etária. Mas a grade de personagens secundários e mais velhos é maior, e foi muito bem desenvolvida e inserida dentro do livro, sem parecer os adultos chatos ou aqueles com síndrome de mentor, distribuindo discursos adoidado. Isso é até “zoado” numa parte do livro, e eu amei. Outra coisa que não se deve deixar enganar pela classificação etária: a seriedade do livro. É uma trama cheia de confrontos, corrupção e atrocidades. Em alguns capítulos – com o ceifador Goddard – eu senti repulsa e quis passar a página sem ler todos os detalhes. Cenas de assassinato são comuns (nossos personagens estão sendo ensinados a matar), e algumas me deixaram nervosa, rs.
Onde há poder, sempre há aqueles que descobrem formas de tomá-lo.
Foi meu primeiro contato com a escrita do Neal Shusterman, e comcerteza me fez querer ler mais coisas do autor. O livro termina bem,fecha todas as questões que foram abertas nessa primeira trama, e por isso aminha urgência em ler o segundo volume da trilogia não é enorme, massim, eu quero continuar a desvendar o mundo dos Ceifadores. Só issojá mostra como foi uma experiência boa para mim, pois não sou, nem umpouco, fã de ler séries. Amo livros únicos, e até poderia encarar esse como um,mas, droga, eu quero mais! HAHA