Oi, gente!
Este livro reúne as cartas Dele, um jovem gay, cuja vida está sendo definida por um catastrófico acontecimento: seu ex namorado virou, da noite para o dia, a maior celebridade do país. || Por mais que tente, de todas as formas, fugir da memória e imagem do seu (não tão querido) ex, ele continua sendo perseguido por ela onde quer que vá. Nos outdoors? Ele está lá. Na televisão? Ele está lá. No Instagram? Ele está lá também. Como se livrar de um passado que insiste em ser seu presente? || "Querido ex," é um registro do luto, caos e poder que vem com o fim de um relacionamento abusivo. As dificuldades da vida acadêmica, a solidão, os encontros entre o racismo e a homofobia e a dor e libertação do descobrir a si mesmo são colocados no papel, enquanto Ele refaz os caminhos pelos quais se perdeu, enquanto amava alguém que agora é somente um estranho com milhões de seguidores.
Uma coisa que me enganei sobre o livro, pois gosto de começar a ler sem ler sinopses ou muita coisa sobre a obra, é que eu achei que as coisas iriam mais pelo lado comédia romântica, PELO TÍTULO, do que para o lado mais dramático que foi... não é uma coisa ruim, eu só me enganei, e poderia ter parado de ler o livro caso não estivesse no clima para drama. Mas eu continuei porque a história me prendeu mesmo assim!
As cartas são cheias de intimidades, xingamentos e mágoa, referências inteligentes e perguntas sem respostas. Vamos acompanhando sua jornada em tentar superar o ex, seja encontrando um novo romance ou se libertando das correntes desse antigo relacionamento para ser independente.
O final é brusco, mas não de uma forma mal feita. Nos pega de surpresa e torna o livro memorável.
Algumas coisas me incomodaram durante a leitura, como a quantidade cansativa de referências a cultura pop, algumas vezes me deixando perdida durante aquelas comparações com tal série ou tal música (e eu sou uma pessoa que gosto de referências). Outra coisa foi a narrativa muitas vezes melodramática, tentando demais parecer poética. Eram cartas para um ex-namorado, nem sempre iríamos escrever com floreios e rodeios poéticos. Ooooutra coisa foi a inserção de informações sobre o mundo LGBT de forma quase forçada na narrativa, como se estivesse escrevendo um monólogo para uma palestra de conscientização sobre temas como AIDS e o vírus HIV, por exemplo. O tal ex-namorado também era gay, então ele sabia de todas essas informações, não faz sentido estarem numa carta. Foi claramente colocado ali para servir de informação para o leitor, que poderia não ser ciente de tudo aquilo, mas não coube na narrativa, na minha opinião. Poderia ser uma nota no final do livro, e estaria ótimo.
Por fim, eu indico livro pra quem quer uma leitura rápida, sobre um assunto atual, e está ciente de que terá o coração partido algumas vezes ao final da última página.