Oi, gente!
oi, rafa!

Tudo bem com vocês!?

Hoje vim trazer mais uma resenha aqui pro blog, e essa é uma daquelas resenhas difíceis de escrever, porque - spoiler - eu gostei bastante do livro, e é complicado escrever arbitralmente quando a gente está falando de algo que adoramos, né?
Mas, segue aqui e lê um pouco do que eu achei do último livro lançado do John Green, Tartarugas Até Lá Embaixo:

Título Original: Turtles All the Way Down || Ano: 2017 || Autor: John Green || Páginas: 267 || Editora: Intrínseca || Sinopse: Depois de seis anos, John Green, o autor do inesquecível A culpa é das estrelas , lança o mais pessoal de todos os seus livros: Tartarugas até lá embaixo.
A história acompanha a jornada de Aza Holmes, uma menina de 16 anos que sai em busca de um bilionário misteriosamente desaparecido – quem encontrá-lo receberá uma polpuda recompensa em dinheiro – enquanto tenta lidar com o próprio transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
Repleto de referências da vida do autor – entre elas, a tão marcada paixão pela cultura pop e o TOC, distúrbio mental que o afeta desde a infância –, Tartarugas até lá embaixo tem tudo o que fez de John Green um dos mais queridos autores contemporâneos. Um livro incrível, recheado de frases sublinháveis, que fala de amizades duradouras e reencontros inesperados, fan-fics de Star Wars e – por que não? – peculiares répteis neozelandeses.
"Quando eu me dei conta pela primeira vez de que eu talvez fosse fictícia, meus dias eram passados numa escola na região norte de Indianápolis, chamada White River High School, onde forças maiores que eu - tão maiores que eu nem saberia por onde começar a identificá-las - delimitavam meu almoço a um intervalo de tempo determinado, entre 12h37 e 13h14. Se essas forças tivessem optado por um horário diferente, ou se meus colegas de mesa que ajudaram a escrever meu destino houvessem escolhido um assunto diferente para uma conversa naquele dia de setembro, minha história teria tido um fim diferente - ou ao menos um meio diferente. Mas eu tava começando a entender que a vida é uma história que contam sobre nós, não uma história que escolhemos contar."

É com esse primeiro parágrafo intrigante que Aza Holmes começa a nos contar sua história. Com uma dúvida sobre ser "fictícia", a garota já me deixou curiosa para saber onde as coisas iam levar, e o porquê desse termo. Pensei diversas vezes sobre o que queria dizer, até começar a ler o livro de fato, e entender que, dentro da cabeça da Aza, nada é tão simples como na cabeça de alguém que não se preocupa se tem ou não o controle das próprias ações - ou alguém que não sofre de TOC: Transtorno Obsessivo Compulsivo.

Aza é uma garota de 16 anos levando uma vida normal numa cidadezinha parada, o mais normal que uma adolescente pode ser, ou é o que aparenta no exterior. Por dentro, e aqui estaremos lendo realmente o que se passa dentro da cabeça de Aza, as coisas tomam proporções muito maiores, saindo do simples para o nível hard ao extremo.

Não fosse suficiente para a leitura as inquietações de Aza quanto aos micróbios tomando controle sobre seu corpo, o livro gira em torno também de um desaparecimento, um mistério para tentarmos solucionar junto com Aza e Daisy, sua melhor amiga tagarela superfã de Star Wars. O milionário Russell Pickett sumiu do mapa um dia antes de ser condenado. A recompensa é de 100mil dólares, oferecida pela imprensa, e, convencida por Daisy, Aza aceita reestabelecer a "amizade" que tinha com o filho do tal milionário, Davis. 

Davis e Aza se conheceram no acampamento para crianças que perderam um dos pais, e, quando mais novinhos, construíram uma amizade baseada em silêncio e contemplação do céu. Por mais tempo que tenha passado, Davis se lembra de Aza e aprecia sua "visita", mesmo que tenha vindo numa hora em que todo mundo está tentando tirar proveito da posição de "filho do milionário desaparecido" para sugar do garoto o máximo de informações possível a fim de colocar a mão nos cem mil oferecidos de recompensa. 

"É muito raro encontrar quem veja o mesmo mundo que o seu"

Embora a maioria dos resumos e sinopses do livro falem do desaparecimento de Pickett como a chave do livro, eu não acho que seja realmente. Na verdade, toda essa história da "investigação" que Aza e Daisy fazem acerca do caso, fica de plano de fundo na história. Não é o principal. E isso é ótimo! Foi isso que  me fez gostar mais da leitura, porque eu estava mais interessada em ler sobre o dia-a-dia da Aza e a "batalha" contra seus próprios pensamentos, seja em qualquer cenário, que até esqueci, em algumas partes, que ela estava atrás de descobrir o paradeiro do milionário. 

Ler sobre o transtorno da Aza em primeira pessoa foi intenso demais. O John, tendo prioridade para falar do assunto, descreveu muito bem essa disputa pelo controle dos seus próprios pensamentos. Eu, que nunca tinha parado para pensar sobre os pensamentos de uma pessoa com TOC, pude quase sentir de fato como era para a Aza estar dentro da sua própria mente. Se sentir presa dentro da sua própria cabeça, não conseguir fugir, e querer a todo custo se livrar daquilo, mas achando cada dia mais que era impossível... 

Foi angustiante estar lá dentro da cabeça dela, lendo o turbilhão de pensamentos que a invadiam de uma hora para outra, quando tudo parecia bem e sob controle. Aza não tinha controle. 

Adorei a forma como o John Green escreveu sobre a vida da personagem. Uma adolescente por oras normal, mas com algo muito maior tomando conta de si. Algo que ninguém via, que é invisível para os outros, mas dominante para ela. Gostei dos personagens, embora nenhum deles esteja no centro, portanto não seja tão desenvolvido quanto a Aza, isso não me incomodou muito, não. Gostei de conhecer a Daisy e sua obsessão por Star Wars; Davis e o conhecimento sobre constelações, planetas e galáxias; e também a tuatara, o primeiro réptil neozelandês milionário desse mundo. HAHAHA

Com a escrita leve, mesmo tratando de assuntos pesados e dramáticos, John Green conseguiu me conquistar mais uma vez. Recomendo Tartarugas Até Lá Embaixo para quem gosta de Young Adult, livros juvenis - não necessariamente romances. Turtles All The Way Down é uma leitura agradável e rápida, e vai te fazer refletir, sorrir e se emocionar. 




10 Comentários

  1. Oi Renata!
    Eu gosto das narrativas do Green, mas ainda não li essa obra dele. No entanto estou morrendo de curiosidade, fico feliz dele ter abordado um tema tão importante e útil, não de forma a romantizá-la. Estou querendo conhecer a Aza pra já!
    Beijos

    www.lendoeapreciando.com

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pelo que li de pessoas que já conhecem todos os livros do John, esse é o melhor dele. Eu acredito que seja, e recomendo!
      beijos <3

      Excluir
  2. Oi Renata!
    Nossa, eu amei também esse livro. Eu achei muito legal o desenvolvimento do TOC e senti que os Green estava muito confortavel escrevendo sobre. Eu fiquei extremamente feliz com o realismo nele. E sim, concordo. Esse livro passa a impressão de ser sobre algo, mas fala de outro totalmente diferente. Na realidade, os livros do John Green sempre me pegam fazendo isso.

    Abraços
    David
    https://territoriogeeknerd.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Acho que é o livro mais pessoal do John e isso ajudou na narrativa. Foi muito interessante ler sobre tudo isso, estar dentro da cabeça da Aza.
      Estou ficando cada dia mais ansiosa para ler algo mais dele hahaha
      beijos, David! <3

      Excluir
  3. Oi Renata!
    O John me surpreendeu com esse livro.Como você disse,o suspense em si é só o pano de fundo pra quem a gente possa conhecer mais intimamente a Aza.
    E ler os conflitos dentro da mente dela,suas inquietações....é bem intenso.Nem sempre pensamos em quanto uma pessoa com TOC se vê presa o tempo inteiro e com certeza o John trabalhou bem demais todos esses sentimentos no livro.
    Impossível não se colocar no lugar da Aza.
    Ainda prefiro Quem é Você,Alasca mas com certeza Tartarugas Até Lá Embaixo tá na minha lista dos melhores livros do autor.
    Beijos!

    http://livreirocultural.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Acho que, pelo histórico do John, esse se tornou seu livro mais pessoal. Por isso há uma verdade tão grande na narrativa... Isso me impressionou e me cativou muito.
      Não li Alasca ainda, mas tenho aqui e, depois de me surpreender com Tartarugas, com certeza minha vontade de lê-lo aumentou.
      beijos!

      Excluir
  4. Oi, Rê

    Que bom que você curtiu o livro.
    Eu não gosto do João Verde, você sabe, por isso não leria, mas você mencionou uma coisa em sua resenha que eu não tinha lido até agora, que foi o fato de o foco não estar no desaparecimento e sim na própria Aza. Imagino que seus fantasmas sejam bem angustiantes mesmo!

    Beijos
    - Tami
    https://www.meuepilogo.com

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sim, Tami, eu também nunca tinha visto ninguém comentar sobre isso, e me surpreendi ao ler. Foi melhor do que eu esperava por isso!
      bjs <3

      Excluir
  5. Oi, Renata!
    Eu li vários livros do John Green, mas esse se tornou o meu preferido!
    Saber um pouco mais sobre TOC foi bem legal e me senti angustiada com todos os sentimentos e pensamentos de Aza. Não deve ser nada fácil sofrer com essa doença, né?
    Beijinhos,

    Galáxia dos Desejos

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Deve ser bem angustiante. Se apenas ler já foi difícil, imagina conviver...!
      beijos <3

      Excluir