Oi, gente!

Oi, Rafa.

Tudo bom?
Se você gosta de cinema, com certeza ouviu falar do filme Call Me By Your Name, indicado ao Oscar de Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Roteiro Adaptado, enfim, essa surpresa cinematográfica que chegou em 2017. E se você gosta de livros, você sabe que esse filme é, na verdade, adaptação de um livro de 2007 do escritor estadunidense André Aciman. Sacou? É dessa beleza de livro que vou falar hoje. (A análise do Filme vs. Livro talvez saia em breve, mas não prometo nada)

Título Original: Call Me By Your Name || Autor: André Aciman || Ano [Brasil]: 2017 || Editora: Intrínseca || Sinopse: A casa onde Elio passa os verões é um verdadeiro paraíso na costa italiana, parada certa de amigos, vizinhos, artistas e intelectuais de todos os lugares. Filho de um importante professor universitário, o jovem está bastante acostumado à rotina de, a cada verão, hospedar por seis semanas na villa da família um novo escritor que, em troca da boa acolhida, ajuda seu pai com correspondências e papeladas. Uma cobiçada residência literária que já atraiu muitos nomes, mas nenhum deles como Oliver.Elio imediatamente, e sem perceber, se encanta pelo americano de vinte e quatro anos, espontâneo e atraente, que aproveita a temporada para trabalhar em seu manuscrito sobre Heráclito e, sobretudo, desfrutar do verão mediterrâneo. Da antipatia impaciente que parece atravessar o convívio inicial dos dois surge uma paixão que só aumenta à medida que o instável e desconhecido terreno que os separa vai sendo vencido. Uma experiência inesquecível, que os marcará para o resto da vida.
Com rara sensibilidade, André Aciman constrói uma viva e sincera elegia à paixão, em um romance no qual se reconhecem as mais delicadas e brutais emoções da juventude. Uma narrativa magnética, inquieta e profundamente tocante.Com rara sensibilidade, André Aciman constrói uma viva e sincera elegia à paixão, em um romance no qual se reconhecem as mais delicadas e brutais emoções da juventude. Uma narrativa magnética, inquieta e profundamente tocante.
          Elio é um adolescente de 17 anos morando com os pais na Itália em meados dos anos '80. O pai de Elio é um professor acadêmico, e todo verão recebe hóspedes, em especial escritores, para aproveitar o sossego e a inspiradora estação na Itália. No verão de 1987 o hóspede é Oliver, um escritor de filosofia americano, jovem, bonito e misterioso. Os interesses de Elio crescem sobre o rapaz, e ao decorrer do verão vemos a evolução dos sentimentos, da intimidade e das descobertas.          

          Sabe quando você compra um livro e todo mundo aponta e fala: eu ouvi dizer que esse livro não é tão bom assim. Ou "ouvi dizer por aí que o filme é até melhor", ou "esse livro é muito chato", etc., e você fica com um pézinho atrás pra ler? Então, isso acontece na maioria das vezes em que vemos comentários negativos sobre os livros que queremos ler. MAS, minha vontade de desvendar a história de Elio e Oliver era tão grande que nem dei ouvidos aos comentários. E ainda bem que fiz isso, porque não ouve leitura mais gostosa. Julguei até que é o melhor livro que li em muito tempo, até anos. E isso se deveu a alguns aspectos do livro, e eu já vou falar sobre.

       Todos nós que já passamos por essa fase adolescente descobrindo a paixão, o desejo e o drama, sabemos como é angustiante se descobrir apaixonado. Sabemos como podemos facilmente carregar as situações corriqueiras de drama, emoção, exagero. Sabemos como é pensar naquela pessoa 24h por dia, imaginar o que se passa pela cabeça dela, querer decifrar todos seus movimentos e decodificar todos seus pensamentos. Não é mesmo?

      Ao ler sobre Oliver pelos olhos de Elio, eu pude sentir tudo o que o personagem estava sentindo. Me senti ansiosa em todos os momentos em que Elio criava expectativas em cima de Oliver, me senti magoada quando o outro não correspondia. A narrativa é tão rica, delicada e poética, que corre em um piscar de olhos ao mesmo tempo que divaga demais sobre o que está acontecendo, mas foi justamente esse quase exagero em narrar todo e qualquer pensamento de Elio que me fez entrar, realmente, na cabeça do adolescente, e me fez sentir por ele. 

       Existem dois pontos importantes no livro: bissexualidade e diferença de idade entre os personagens (17 e 24 anos). Call Me By Your Name consegue abordar a bissexualidade de ambos os personagens sem rotulá-la como tabu. Ali, na vida de Elio e Oliver, não há nada incomum em se interessar por homens e mulheres, garotos e garotas, às vezes ao mesmo tempo. Não há problema algum em descobrir sobre sua própria sexualidade e explorar os desejos do corpo sem pensar no que será que isso quer dizer, e não há tratamento estranho entre Elio e Oliver ao tratar da diferença de idade. Aliás, NUNCA é tratado no livro essa diferença como algo repugnante. Elio é um adolescente à frente dos outros. Ele não tem cabeça de adolescente, e há tanta igualdade entre os dois que poucas vezes percebemos essa diferença de sete anos entre eles. São só apenas duas pessoas se tratando como iguais e descobrindo sentimentos reais e puros, e que não se importam com diferenças.

       Embora o livro seja narrado por Elio e nos traga suas divagações sobre Oliver e tudo que gira em torno do hóspede, não há, a não ser que me tenha passado totalmente batido, um capítulo ou sequer parágrafo de questionamento sobre a sexualidade. Naquele mundo, há liberdade. Nenhum personagem – de principail à secundário – trata Elio diferente por demostrar interesse em Oliver. Eu adorei isso. Adorei ver como seriam as coisas se todas as pessoas só deixassem as outras viver suas vidas. 

       Me Chame Pelo Seu Nome é um livro delicado, e por vezes sensual  veja, sensual, e não hot. É poético, bonito e necessário. É uma história de amor real demais para ser encarada por qualquer leitor(a) que está acostumado(a) com romances água-com-açúcar e cheios de fantasia. Eu gosto e escrevo água-com-açúcar, mas às vezes um balde de água fria é tudo que preciso. E esse livro foi perfeito para isso. 

       Entrou no TOP 3 favoritos de todos os tempos, para a lista dos livros que irei reler um dia, para a lista de livros que vou indicar para todo mundo. E o filme entrou para a lista daqueles que não conseguirei ver sem fungar um pouquinho - e sentir amor demais. 

        Será que já deu para perceber minha avaliação? Se não:



O filme está em cartaz nos cinemas e indicado ao Oscar de Melhor Filme, Melhor Ator (Thimothée Chalamet) e Melhor Roteiro Adaptado. Vale super a pena.

É isso, gente. Espero que tenham gostado <3

Um Comentário

  1. Oi, Re.
    Pode me julgar, mas não consegui ainda entender a hype toda em torno desse livro/filme. De verdade.
    Eu assisti ao filme, então sobre o livro não posso dizer muito... mas o filme me deixou extremamente entediada e não consegui me apegar a nada, de verdade. Até estava com a intenção da leitura, mas acabei abortando.
    Sei que você amou, mas...não foi a história para mim.
    Bjs*.*
    MaH


    O que disse, Alice?

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