É engraçado como as coisas acontecem e nos fazem enxergar o amor de uma forma totalmente diferente daquela que já conhecemos. O amor acontece de qualquer forma, a qualquer hora, em qualquer dia e em qualquer circunstância. Não existe apenas um tipo desse sentimento. São várias vertentes, são diversas as variedades.
Já encontrei o amor romântico, aquele que nos faz suspirar, sonhar acordado e desejar que dure para sempre. O amor fraternal, que está presente em nossas vidas desde o primeiro momento; é o mais duradouro, verdadeiro e ingênuo. Todo mundo já sentiu, ninguém passa a vida sem amar dessa maneira. E, recentemente, encontrei um tipo de amor rápido. Não passageiro. Só rápido, que não demorou para se instalar, mas logo foi substituído por saudade. Felizmente, não me refiro à saudade eterna, só aquela que fica no nosso peito, adormece juntinho ao coração e nos faz perguntar “como será que estão as coisas com ele(a) agora?”
E o mais incrível é que, quem me deixou dessa forma, quem espalhou o amor por mim, dessa vez, não foi um ser humano. Foi um ser de quatro patas, um ser de orelhas em pé, rabo abanando e sorriso em forma de latido. 
Numa quarta-feira qualquer, depois de um dia cansado, um pouco chato, como a maioria da rotina, uma criatura pequena, com o olhar amedrontado e o pelo sujo apareceu nos braços da minha mãe, que passou para mim, mas logo me disse que nosso contato seria breve. Meus olhos se encantaram com ela assim que nos conhecemos. A primeira noite foi confusa; ninguém sabia muito bem como agir, mas logo o dia amanheceu e as coisas foram clareando. A cachorrinha – não queríamos colocar nenhum nome, pelo menos tentamos não colocar – se mostrou grata pelos cuidados e após o banho saiu correndo por toda a casa, cumprimentando o cachorro mais “velho” – Billy – e as gatinhas – Léia e Mila. A casa estava cheia e todo mundo queria saber o que a visitante estava fazendo ali. Mel – como começamos a chamar por um tempo – comeu, latiu, brincou, correu e encantou todo mundo, enquanto, relutante, eu tentava encontrar um dono que pudesse cuidar dela tão bem quanto estávamos cuidando.
Mais uma noite chegou e a expectativa de poder adotá-la cresceu, já que ninguém havia se disponibilizado para cria-la. Porém, no dia seguinte, já cheio de intimidades e muito mais brincadeiras, uma família com duas crianças e muito amor decidiu que seria uma boa hora aprender o que é o amor de uma outra maneira, adotando “Mel” e a recebendo de braços (e patas) abertas em casa.
Foi pouco mais de um dia, algumas horinhas a mais, mas… que sensação quente invade a nossa casa agora. Com certeza, passamos inesquecíveis um dia e meio. E para ela também tenho certeza que foi bastante significante. Fomos quem a tirou da rua e a deu um lar temporário, a ensinando várias novas maneiras de se relacionar. De uma certa forma, salvamos sua vida, e essa é a melhor recompensa possível: tê-la visto nas ruas, indefesa, e depois de alguns cuidados, a ver indo na direção de um novo lar, para ser tratada por pessoas boas e dispostas. 
Esse texto nada mais é do que o registro de uma memória indispensável, algo que, em tão pouco tempo, com certeza plantou uma mudança em nossas vidas - minha e de todos da minha família. Eu nunca tinha resgatado um cachorrinho antes, apenas gatos, e a sensação é cada vez melhor. Todo mundo deveria saber como é se sentir totalmente envolvido por uma causa, engajado em encontrar algo melhor do que as ruas para um animal indefeso. E descobrir o que é o amor de mais essa forma. 

Aqui está a "Mel" para vocês entenderem que não tinha como não se apaixonar:


2 Comentários

  1. Que coisa mais linda, fiquei até emocionada, Rê!
    Realmente, os bichinhos nos dão um amor tão puro e incondicional que é impossível não aquecer o coração!
    Felicidades pra Mel, que ela tenha uma longa e linda vida.
    Beijinhos,
    Alice
    www.wonderbooksdaalice.com

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  2. Que gracinha, que amor! *-*
    Ela é uma linda, boa amizade para vocês!


    www.generoproibido.blogspot.com.br

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